18 de outubro de 2011

Onde me encontro II


Hoje acordei e estava em casa... eu, Maria, reconheci as paredes, os cheiros, as cores... hoje estou aqui, agora. Hoje sou mãe, mulher, dona-de-casa, tenho consciência do tudo, não reconheço o nada. 

Sei onde estou e para onde vou... olho para a minha agenda... tanto que eu perdi! Como não vi? (re)encontrei-me, renasci, estou viva outra vez.

Onde estavas? - Perguntas tu! Estava aqui e ali, mas nunca aqui.
Procurei mas nunca te encontrei! - Reclamaste! Encontravas-me noutro espaço, naquele que só a minha mente atingia, aquele de onde fugia e e para onde fugia, aquele em que não queria que entrasses, onde era tudo, mas não tinha nada.

Quem sou eu? Eu sou a Maria e hoje é mais um dia, o meu problema?... perdi-me no tempo, uma doença fez-me assim, pobre de mim... Não, eu não me rendo... terapia, amor, compreensão e, às vezes, um pouco de medicação, mostra-me as coisas como são.
Hoje encontro-me aqui, sã, e não tenho amanhã.


Esta é a história de tantas pessoas com doença mental, comumente se ouve dizerem "perdi o juízo". Um dia acordaram sem saber onde estavam, ou não se levantaram, não comeram, não se lavaram... Muito do nosso cérebro é ainda uma incógnita para os psicólogos e cientistas, ainda não sabem onde estão metade das suas funções... Não se sabe onde vão as pessoas, onde as encontrar

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